sábado, 11 de fevereiro de 2012

RITA DE CÁSSIA




Porque falar de Santa Rita de Cássia?! 
Porque antes de ser "Santa", ela foi filha, esposa e mãe. 
Viveu no século XIV em Roccaporena - Itália.
Já fazem 548 anos de sua morte e seu corpo está em Cássia, intácto. 
Jamais sofreu qualquer tratamento químico para a sua conservação.



Filha única, foi mãe, viúva, religiosa, esposa maltratada,  estigmatizada e santa incorrupta. A casa natal de Santa Rita está perto de Cássia, entre as montanhas, a umas quarenta milhas de Assis, na Úmbria, região do centro da Itália. Nasceu em Maio do ano 1381, um ano depois da morte de Santa Catarina de Siena.
Sua vida começou em tempo de guerras, terremotos, conquistas e rebeliões. Países invadiam a países, cidades atacavam a cidades vizinhas, vizinhos lutavam com os vizinhos, irmão contra irmão.
Nascida de devotos pais, Antonio Mancini e Amata Ferri, que se conheciam como os "Pacificadores de Jesus Cristo", pois os chamavam para apaziguar brigas entre vizinhos.Eles não necessitavam de discursos poderosos nem discussões diplomáticas, somente apelavam a Jesus. Sentiam que somente assim se podem apaziguar as almas.
Seus pais, sem ter aprendido a ler ou escrever, ensinaram a Rita desde menina tudo acerca de Jesus, a Virgem Maria e os mais conhecidos santos.   Rita, igual a Santa Catarina de Siena nunca foi à escola para aprender a escrever ou a ler (A Santa Catarina foi dada a graça de ler milagrosamente por nosso Senhor Jesus Cristo), para Santa Rita seu único livro era o Crucifixo.
Ela queria ser religiosa durante toda sua vida, mas seus pais,  avançados em idade, escolheram para ela um esposo, Paolo Ferdinando, o que não foi uma decisão muito sabia. Mas Rita obedeceu.
Depois de Matrimônio, seu esposo demonstrou ser bebedor, mulherengo e abusador.
 Quanto padeceu ela no longo período de 18 anos que viveu com seu esposo! Não tem conta as vezes que bebeu o cálice da amargura até a última gota; incontáveis os atos de paciência e resignação que praticou, as lágrimas ardentes que derramou... Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à Igreja ia sem a permissão de seu brutal marido.
A mansidão, a docilidade e a prudência da esposa, porém,  suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Com que eloquência ensinava às suas vizinhas casadas o modo de manter a paz e a harmonia com seus esposos. Elas, admiradas por nunca terem visto divergências em casa de Rita, iam com frequência consolar-se com ela e expor os dissabores e ultrajes que recebiam de seus maridos.
Tiveram dois gêmeos, os quais herdaram o temperamento do pai. Rita se preocupou e orou por eles. Depois de vinte anos de matrimônio e oração por parte de Rita, o esposo se converteu, pediu-lhe perdão e lhe prometeu mudar sua forma de ser. Rita perdoou e ele deixou sua antiga vida de pecado. Passava o tempo com Rita nos caminhos de Deus.
Isto não durou muito, porque enquanto seu esposo havia se reformado, não foi assim com seus antigos amigos e inimigos.
No dia seguinte, o encontraram assassinado. 
 
Sua pena foi aumentada quando seus dois filhos, que eram maiores, juraram vingar a morte de seu pai. As súplicas não conseguiram dissuadi-los.

Foi então que Santa Rita, compreendeu que, mais vale salvar a alma que viver muito tempo, rogou ao Senhor que salvasse as almas de seus dos filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade por cometer um pecado mortal. O Senhor respondeu a suas orações... Os dois padeceram de uma enfermidade fatal. Antes de morrer conseguiram perdoar aos assassinos de seu pai. Rita esteve convencida de que eles estavam com seu pai no céu.
Ao estar sozinha não se deixa vencer pela tristeza e pelo sofrimento. Santa Rita quis entrar no Convento com as irmãs Augostinianas, mas não era fácil conseguir. Não queriam uma mulher que havia estado casada.


 
Uma noite, enquanto Rita dormia profundamente, ouviu que a chamavam: Rita, Rita, Rita! Isto ocorreu três vezes, a terceira vez Rita abriu a porta e ali estavam São Augustinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista de qual ela havia sido devota desde muito menina.
 Eles lhe pediram que os seguissem. Depois de correr pelas ruas de Roccaporena; no pico de Scoglio, onde Rita sempre ia orar sentiu que a levantaram no ar e a empurravam suavemente.
  Encontrou-se acima do Monastério de Santa Maria Madalena em Cássia. Então caiu em êxtase. Quando saiu do êxtase se encontrou dentro do monastério embora todas as portas estivessem trancadas, ante aquele milagre as monjas Augostinianas não puderam negar-lhe entrada. É admitida e faz a profissão esse mesmo ano de 1417, e ali passa 40 anos de consagração a Deus.
Um dia Rita foi posta a prova por sua Madre Superiora; que regasse de manhã e à tarde um galho seco, provavelmente um ramo de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma, e de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Uma manhã a planta se havia convertido em uma videira com flores e deu uvas que se usaram para o vinho sacramental.




Durante a Quaresma do ano 1443, foi a Cássia um pregador chamado Santiago de Monte Brandone, que deu um sermão sobre a paixão de Cristo que tocou tanto a Rita que, a seu retorno ao monastério, pediu fervorosamente ao Senhor ser participante de seus sofrimentos na cruz; a tanto chegou o seu amor na consideração das dores de Jesus que, um dia, prostrada aos pés do Crucificado, pediu amorosamente ao Senhor que lhe fizesse sentir um pouco daquela imensa dor que ele havia sofrido pregado na cruz. Oh! prodígio!
Da coroa que cingia a cabeça da imagem do Redentor, desprendeu-se um espinho, que se cravou na fronte da Santa. A Santa aceitou isto como um novo favor do céu, ficando, assim livre para tratar mais intimamente com Deus. Ali redobrou as suas penitências, os seus jejuns e as suas orações, esforçando-se em unir-se mais estreitamente com Jesus, seu celestial esposo.
As chagas de Santa Rita, sem dúvida exalavam um odor pútrido, pelo que devia afastar-se das pessoas. Por 15 anos viveu sozinha, longe de suas irmãs monjas.  O Senhor lhe deu uma trégua quando quis ir a Roma para o primeiro ano Santo.
Os últimos anos de sua vida foram de expiação. Uma enfermidade grave e dolorosa a deixou imóvel sobre sua humilde cama de palha durante quatro anos.
Durante a enfermidade;  a pedido seu lhe apresentaram algumas rosas que haviam brotado de maneira prodigiosa no frio inverno em sua horta de Rocaporena. Ela as aceitou sorrindo como um dom de Deus.
Santa Rita percorreu o caminho da perfeição, a via purgativa, a iluminativa e unitiva. Conheceu o sofrimento e em tudo cresceu em caridade e confiança em Deus.
 O crucifixo é seu melhor Mestre.




    "Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação; com toda minha alma vos peço perdão de todas as negligências e descuidos.
     Reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte; rogo-vos que tenhais piedade das minhas fragilidades.
     Perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina..."
     Cessou de falar e cerrou os olhos como se estivesse dormindo... e acordou no céu entre os anjos e santos.
Era o dia 22 de maio de 1457 e contava a santa 76 anos de idade. Era o fim de uma vida cheia de sofrimentos.
Santa Rita é  padroeira  das Causas impossíveis, dos doentes e das mães.

SANTA RITA DE CÁSSIA , ROGAI POR NÓS!
 







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