Dentro das religiões monoteístas, o
catolicismo é a única que presta reverência a uma mulher tendo esta um
papel fundamental. “A grande fé cristã se resume nessa formula: Jesus
Cristo nasceu e ressuscitou para a nossa salvação, mas Ele entra no
mundo através de uma mulher: Maria”. É o que explica o antropólogo e
doutor em teologia, professor Lino Rampazzo.
Segundo o teólogo, a Virgem Maria tem um
papel determinante na Bíblia. No Novo Testamento e nos Atos dos
Apóstolos, explica o professor, ela aparece poucas vezes, mas em
momentos fundamentais: anunciação, nascimento de Cristo, primeiro
milagre nas Bodas de Caná, aos pés da cruz e no nascimento da Igreja, no
Pentecostes.
O estudioso destaca ainda é Maria a
mulher que mostra os cumprimentos das palavras do Antigo Testamento,
exemplo de fé e obediência: Ela reza os Salmos, cumpres os preceitos
religiosos levando o menino Jesus ao Templo, e ao mesmo tempo é aquela
que acolhe e medida as palavras de Cristo em seu coração.
Por meio dos quatro dogmas – virgindade,
imaculada conceição, maternidade divina e assunção ao Céu – a Igreja
Católica apresenta essa mulher extraordinária que é Maria, enfatiza o
teólogo, e todos esses dogmas leva a Cristo. “Ao mesmo tempo que Deus é
quem dá a Salvação Ele pede a colaboração humana, pedindo a Maria sua
colaboração, e ela se mostra disposta e acredita. E tudo isso nos vem
pelas mãos de uma mulher”, afirma.
E dizer que Maria é a mãe de Deus, para o
professor, é a forma mais fácil de entender que Jesus é verdadeiro Deus
e verdadeiro homem: “Virgem mãe filha do seu Filho”.
A visão de Maria assunta no céu mostra
aos cristãos que a meta de todos não está na vida presente, como
ressalta o professor, ao afirmar também que ela é aquela que participou
primeiramente da salvação de Cristo, por meio dessa assunção.
“Não podemos dizer que falar de Maria nos
afasta de Cristo porque tudo que é grande em Maria tem seu fundamento
em Cristo”, destaca Lino Rampazzo.
As mulheres da Bíblia
O doutor em teologia salienta também a forte presenta feminina na
Bíblia, lembrando as mulher que acompanhava Jesus e os apóstolos. “No
momento mais difícil quando Jesus dá seu supremo testemunho na cruz há
somente um homem presente e todas as outras eram mulheres. E no dia da
ressurreição são as mulheres que vão no túmulo de Jesus”, elucida o
professor.
Santo Ambrósio, por exemplo, define a importância de Maria Madalena chamando-a de “apóstola dos apóstolos”, justamente porque é ela quem anunciou a ressurreição aos discípulos.
As grandes mulheres da Igreja
Já no Livro do Gênesis, quando é
explicada a criação da humanidade, Deus mostra o papel do homem e da
mulher. “Dizer que mulher saiu da costela do homem, significa mostrar
que ela não está acima ou abaixo, mas ao lado, a mulher é a companheira
do homem, ela o completa. O homem não conseguiria traduzir todos os dons
da humanidade se não colocasse a mulher ao seus lado”, enfatiza o
teólogo.
Para Lino Rampazza, a mulher é o coração
da sociedade e o seu maior dom é a afetividade; sem ela a sociedade
seria fria e não perceberia todos os aspectos da realidade.
“Se olharmos as figuras dos grande
homens, vemos ao seu lado a figura de uma mulher. Muitas vezes é uma
mãe, esposa, uma filha, uma figura de uma mulher que o fez entender e
agir melhor na sociedade”, destaca.
No decorrer dos séculos, as mulheres
desempenham papéis de grande importância e notoriedade na Igreja e na
sociedade.
Entre elas, destacam-se as doutoras da Igreja - Santa Catarina de Sena, Santa Teresinha do Menino Jesus e Santa Teresa d’Ávila – , as grandes santas como Santa Clara de Assis, Santas Perpétua e Felicidade, as mártires Santa Águeda e Santa Luzia, e as grandes mulheres católicas do século XX como Madre Teresa de Calcutá e Chiara Lubich.
Fonte Canção Nova
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